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sábado, 24 de abril de 2010

«Sampadjudos» e «Badios»

No início, todos os que chegavam a Cabo Verde desembarcavam na ilha de Santiago, na Cidade Velha, onde se situava o entreposto português e para lá iam os navios que transportavam escravos, comida e outras mercadorias.
Os portugueses povoaram as ilhas, enviando para lá pessoas que as habitassem. Essas pessoas, de certa forma, ajudavam aqueles que ficavam na Cidade Velha e, a partis daí, foram apelidados de «Sampadjudos», que quer dizer «sempre ajudam».
Outros dizem que em Santiago havia tudo: chovia e a agricultura era forte, havendo excesso de produção. Era então colhido só o necessário para o sustento da população, ficando o restante nos campos e era permitido aos que chegavam à ilha colherem e utilizarem aquilo que necessitassem. Dessa maneira diziam-lhes que «sempre ajudaram».
Os ex-escravos que ficaram na ilha de Santiago, após a abolição da escravatura, recusaram-se a trabalhar para os antigos senhores. Viviam da pesca e de alguma cultura. Eram considerados «preguiçosos» e eram chamados pelos portugueses de «vadios».
Como naquela época já se começava a falar o dialecto Crioulo, a palavra «vadio» foi transformada em «Badio». Assim, quem nasce em Santiago é «Badio» e, de qualquer forma, todos os que nascem nas outras oito ilhas são apelidadas de «Sampadjudos».

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