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História
A palavra «tabanca» existe em textos portugueses desde o séc. XVI. A palavra é provavelmente originária de alguma língua africana (da língua temne? [1]), e era usada para designar fortificações construídas por navegadores portugueses na costa da Guiné. No crioulo da Guiné-Bissau a palavra «tabanca» significa «aldeia», mas em Cabo Verde ganhou um significado diferente.

A origem da festa da tabanca é incerta. Segundo Semedo e Turano[3], uma das hipóteses para o surgimento da tabanca remete-nos para algum ano do séc. XVIII, num dia 3 de Maio. Nessa data é celebrada a Santa Cruz, e os senhores dos escravos, imbuídos de algum espírito cristão, teriam concedido, por um dia, a liberdade aos escravos, permitindo-os que eleborassem os seus festejos. Os escravos teriam então aproveitado essa liberdade temporária para realizar um teatro de rua onde ridicularizariam toda a estrutura social então em vigor. Juntando sincreticamente aspectos religiosos cristãos com práticas de origem africana, a tabanca foi se desenvolvendo num desfile em que cada interveniente representava um elemento da sociedade.

Embora a tabanca sempre tenha sido hostilizada pela Administração (receio de insurreição por parte dos escravos) e pela Igreja (manifestação não muito «católica»), só a partir dos fins do séc. XIX é que surgem diplomas legais proibindo a tabanca. A mesma foi assim se tornando gradualmente numa manifestação clandestina, sendo inclusive proibida nos centros urbanos. Depois da independência, houve tentativas de fazer ressurgir certas manifestações culturais de Cabo Verde, mas em termos culturais a tabanca foi lentamente agonizando[2], perdendo o brilho e o misticismo que tinha outrora, e em termos musicais a tabanca ainda não conheceu o sucesso que o ressurgimento do funaná teve na década de 80, e o renascer que o batuque teve no início deste século.

Tabanka

Como manifestação cultural, a tabanca vai muito mais além de um simples género musical. Existem ainda uma série de outras actividades que lhe estão associadas.[3]

Embora exista também na ilha do Maio, a tabanca é mais popular na ilha de Santiago. As festividades da tabanca geralmente começam a 3 de Maio, dia de Santa Cruz, e vão sendo realizadas em dias santos nos meses de Maio a Julho.

A parte do desfile consiste num cortejo, que se inicia à porta de uma igreja (ou capela) e vai percorrendo as ruas da cidade (ou aldeia). Esse desfile, chamado buska santu (buscar o santo), destina-se a, simbolicamente, recuperar um santo (representado simbolicamente por uma bandeira) que foi previamente roubado no acto chamado cumpra santu (comprar o santo). Cada elemento desse cortejo representa um elemento de uma aldeia, com cada um a desempenhar uma função específica. Existe o rei da tabanca, a rainha, o padre, os cativos, os forros, o médico, o ladrão, o doido, etc. A acompanhar o cortejo existem os tamborerus (tocadores de tambor), os korneterus (tocadores de cornetas) e as kantaderas que vão cantando e dançando ao longo do desfile.

Para além desse cortejo existem outras actividades de carácter religioso/profano. Segundo P. Cardoso[4], a tabanca é também uma associação de socorros mútuos. Cada associado contribui com uma determinada quota, e nos casos de necessidade (enterros, missas de sufrágio, etc.) a associação ajuda nos custos. Essa faceta mais esotérica da tabanca está actualmente a desaparecer.

Actualmente existe o Museu da Tabanka, na cidade de Assomada, cuja actividade não se limita à tabanca, mas também a outras actividades culturais de Cabo
Verde.

Danças de Cabo Verde

BATUQUE
O Batuque é de origem africana e surgiu em Cabo Verde provavelmente só na ilha de Santiago. É executado num ritmo binário mas de divisão ternária, marcado pela percussão das «tchabetas e palmas» acompanhadas pela «cimboa» (espécie de alaúde africano)monocórdica, às quais se juntam o canto e a dança.


FINAÇON
O Finaçon é um canto, por vezes improvisado, apresentado por um solista, normalmente uma mulher, no ritmo de Batuque.
A letra, geralmente, reveste-se de um carácter didáctico e moralizador, num encadeamento de provérbios, sentenças populares, ditados...Estes improvisos podem arrastar-se por horas. E é assim que, em casamentos, se costuma, muitas vezes, elogiar os noivos.

Danças de Cabo Verde

COLADEIRA
A Coladeira surgiu em Cabo Verde nos anos cinquenta do séc.XX. É de ritmo binário e de andamento mais moderado que o Funaná. A Coladeira (Coladera),pode dizer-se também, que é um estilo mais vivo que a Morna, de cadência quaternária, em que a relação do cavalheiro e da dama é feita num arrastar dos pés, com momentos de improvisação do cavalheiro que se afasta sob o olhar da dama.
A Coladeira é uma constante das noites caboverdianas sendo tocada e dançada. Varia de ritmo de acrdo com influências das músicas latino-americanas, sobretudo brasileiras.


KOLA SAN JON
O Kola sAN jON consta do jogo dos tambores e dos apitos nos dias de festa de S.João. Está ligado ao ritualda fertilidade da terra celebrado no solstício de Verão.
Nesta dança os pares batem-se cadencialmente entre si. É a chamada - Dança da Umbigada.


MAZURCA
A Mazurca é uma dança tradicional importada de cortes europeias, nomeadamente da Polónia. É executada por partes formando figuras e desenhos diferentes, em compasso ternário e tempo vivo. Uma caracte´risticada Mazurca é o ritmo pontuado, com acento típico no 2º e 3º tempos do compasso. Num ritmo alegre e sincopado o papel dos pares está intimamente ligado à movimentação do grupo.
A Mazurka é tocada e dançada em quase todas as ilhas de Cabo Verde, sobretudo nas de S.Antão, S.Nicolau e Boavista. Na ilha do Fogo existe uma variante da Mazurka que é o - Rabolo.

Danças de Cabo Verde

MORNA
A Morna é o estilo musical e de dança mais lento que traduz o sentimento de tristeza, nostalgia, os problemas existentes, a saudade.Tradicionalmente tocada com instrumentos acústicos, a Morna reflecte a realidade insular do povo em Cabo Verde, o romantismo dos seus trovadores e o amor à terra «ter que partir e querer ficar».
A Morna dança-se em dois estilos, um mais lento e outro mais vivo e dinãmico.
Ultimamente, a Morna foi imortalizada por célebres cantoras como Cesária Évora, Fantcha...

FUNANÁ
O Funaná é um género musicalque teve a sua origem na ilha de Santiago com acordeão/concertina. O termo -Funaná- terá tido a sua origemno nome de um indivíduo chamado «Funa» que tocava «gaita» (acordeão) e no de uma mulher chamada «Naná» que tocava ferrinho.Esta dança animaava os camponeses - casamentos, baptizados, festas religiosas...
É a mais frenética e rápida das danças de pares de Cabo Verde, geralmenteacompanhada de uma concertina/acordeão, onde o ritmo é produzido por esfregar uma faca numa barra de ferro.
De Santiago, o Funaná estendeu-se para outras ilhas onde é muito apreciado. Dança-se aos pares com movimentos de quadril cadenciados, sensuais e vivos.